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sábado 20 de janeiro de 2024

Juvenil de SP – Miyata vence no quinto buraco extra, encerra jejum de 27 meses e entra para o WAGR

Maria Eduarda Souza, a Dudinha, de 13 anos, vira jogo e vence seu primeiro torneio do ranking mundial

 

Dudinha e Miyata conquistam suas primeiras vitórias no Ranking Mundial Amador de Golfe (WAGR). Fotos: Thais Pastor/F2 Comunicação

Dudinha e Miyata conquistam suas primeiras vitórias no Ranking Mundial Amador de Golfe (WAGR). Fotos: Thais Pastor/F2 Comunicação

Bobby Jones, o único golfista a completar o Grand Slam no mesmo ano, já dizia que “o golfe é um esporte jogado num campo de um palmo de comprimento, a distância entre suas orelhas”. Pedro Miyata, do São Fernando descobriu o quanto isso é verdade ao vencer de virada, num playoff e cinco buracos, nesta sexta-feira, 19 de janeiro, o Campeonato Juvenil de Golfe do Estado de São Paulo, no Arujá Golf Clube, em Arujá (SP), e, com isso, entrar para o Ranking Mundial Amador de Golfe (WAGR).

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No feminino, a vitória, de virada, foi de  Maria Eduarda Souza, a Dudinha, de 13 anos, do Arujá, que venceu seu primeiro torneio do WAGR. Ela entrou para o ranking mundial há um ano, depois de ser vice-campeã neste mesmo torneio, aos 12 anos, também em casa, quando se tornou a mais jovem brasileira a conseguir o feito. O Juvenil de SP é o principal campeonato para golfistas de até 18 anos organizado pela Federação Paulista de Golfe (FPGolfe), entidade que agrega metade dos jogadores e dos campos de golfe do Brasil.

Trauma – Miyata não sabia o que era vencer desde outubro de 2021 quando, aos 15 anos, conquistou o Aberto do Clube de Campo, do ranking paulista adulto, seu último título de uma carreira pré-juvenil de sucesso. Mas, pouco depois, jogou muito mal um torneio e ficou tão traumatizado que levou mais de dois anos para reencontrar seu golfe. “Não tinha nada errado no físico ou na técnica, era a cabeça mesmo”, conta Miyata, que só começou a superar a má fase no final de 2023, com apoio do mental coach Roberto Gomez.

Entrar para o ranking mundial era um sonho de Miyata e o título chegou na hora certa, no começo de seu último ano de juvenil. “Quero conseguir uma bolsa de estudos para jogar nos Estados Unidos em 2025, e o ranking mundial é de grande importância para o currículo e para os olheiros das universidades”, diz Miyata, que conseguiu feitos que há muito não aconteciam: sair no pelotão (grupo dos líderes), após o primeiro dia; liderar um torneio, após a segunda rodada; jogar a melhor volta de uma competição (quinta-feira) e finalmente vencer, com 225 (76-72-77) tacadas, nove acima do par.

Duelo – Quem quase estragou a festa de Miyata foi Nicolas Lima, de Maringá, filho do profissional Odair Lima, de quem herdou a paixão pelo golfe. Nicolas, que entrou para o ranking mundial em setembro passado ao vencer uma etapa do Tour Nacional Juvenil no Curitibano, também em um playoff, fez o melhor resultado da volta final para empatar em primeiro com 225 (77-74-74) tacadas.

Nicolas começou o dia perdendo por três, mas fez dez pares seguidos e aproveitou que Miyata jogou três acima até o buraco 10, para empatar o jogo. Nicolas passou à frente com um birdie no 11, e chegou a liderar por duas quando Miyata fez novo bogey no 12. Mas o juvenil de Maringá entregou toda a vantagem com um duplo bogey-6 no 15 para terminar empatado após os 54 buracos regulares.

Playoff – Nos quatro primeiros buracos do playoff houve novos empates, com ambos fazendo o par, primeiro duas vezes no buraco 18, de par 4, e depois mais duas vezes no 9, de par 5. Mas na terceira vez que jogaram no 9, Nicolas tentou ir com a segunda para o green, por cima de um lago, e colocou a bola fora de campo, antes de salvar um bom bogey. Miyata jogou na segurança, colocou a terceira no green e garantiu o par para dar início à comemoração.

Victor Hammond, do Iguassu Foz, que começou o dia em segundo, perdendo por uma, também foi protagonista nesta final. Ele esteve empatado em primeiro na segunda metade do campo, mas fechou o dia com bogey no 15 e duplo bogey-5 no 16, e caiu para terceiro lugar, com 228 (77-72-79) tacadas. Em quarto, com 230, empataram

Guilherme Yoshikawa, de Bastos (76-76-78), e Carlos Agustin (77-76-77), o melhor dos sete paraguaios que jogaram como convidados. Alejandro Echague, outro paraguaio, ficou em sexto, com 232 (80-76-76).

Premiação – Como Miyata levou a taça de campeão geral, não acumulável com as demais, Nicolas Lima ganhou o prêmio de primeiro colocado entre os juvenis (16 a 18 anos), seguido por Victor Hammond e Guilherme Yoshikawa. Na pré-juvenil ( 14 e 15 anos), venceu Vicente Caliari, do Santa Cruz (RS), com 242 (), seguido por Arthur Fernandes, do Terras de são José, com 245 (84-81-80), e Francisco Bromberg, do Curitibano, com 252 (83-83-86).

Na categoria até 13 anos, o campeão foi Luca Almeida, do São Paulo, com 229 (78-77-74), seguido por Henrique Cachapuz, com 231 (76-79-76), e por Pedro Wilhelm, do Campo Olímpico (RJ), com 233 (81-78-74), que fez o melhor resultado da faixa etária na volta final. Na até 11 anos, ganhou Inácio Gigena, do Belém Novo (RS), com 246 (78-86-82), seguido por Lucas Soares, do Porto Alegre CC, com 251 (90-80-81). E na até 9 anos, que jogou apenas nove buracos por dia, venceu Otavio Leite Sales, do, com 145 (48-47-50) tacadas.

Feminino – Entre as mulheres, Maria Eduarda Souza, a Dudinha, outra que vinha de uma longa fase sem bons resultados, desencantou. A revelação do Arujá, filha de um dos mais antigos funcionários do clube, que encantou o mundo do golfe 12 meses antes, ao entrar para o ranking mundial aos 12 anos, não jogou bem no primeiro dia, mas depois deu um show em campo. Jogou duas abaixo, a melhor volta de todo o torneio, incluindo o masculino, no segundo dia, e o par do campo, na volta final, para vencer de virada com 219 (77-70-72), três acima do par.

Dudinha já estava no ranking mundial desde seu vice nesse torneio, em 2023, mas desta vez comemorou seu primeiro título num torneio de WAGR, graças aos oito birdies que embocou na semana, cinco deles em sua volta recorde do segundo dia. Dudinha virou o jogo sobre Maria Eugenia Peres, do Campestre de Pelotas (RS), na primeira metade do campo (saíram pelo tee do 10), e caminhou tranquila para a vitória com oito pares e um birdie nos nove buracos finais.

Mais premiadas – Maria Eugenia, líder desde o primeiro dia, que jogou febril, chegou a estar perdendo por cinco, antes de reagir com birdies nos buracos 8 e no 9, seu últimos do dia, e ser vice-campeã com 222 (71-75-76) tacadas, três atrás. Como consolo, Maria Eugênia foi a campeã juvenil (16 a 18 anos), seguida por Gabriele Rodrigues, do Arujá, com 232 (79-75-78), e pela paraguaia Maria Ines Rumich, com 235 (80-83-72), que levou o troféu de terceiro lugar no desempate contra Isadora Fernal, de Poços de Caldas, que também somou 235 (76-76-83).

Como Dudinha levou a taça de campeã geral, não acumulável, Maria Antônia Gavião,  do Belém Novo, foi a campeã pré-juvenil (14 e 15 anos), com 233 (75-80-78), seguida por Bia Menga, do São Fernando, com 238 (77-83-78), e Maitri Peychaux, do Campo Olímpico, com 242 (84-78-80). Laura Biccari Matheus, de oito anos, levou o título da até 9 anos, com 161 (50-56-55), jogando nove buracos por dia.

Duplas – Na competição de Duplas Internacionais, o Paraguai foi campeão com 209 (70-72-67) tacadas, jogando com Carlos Agustin e Maria Ines Rumich. Em segundo, com 211, empataram o Rio Grande do Sul (66-73-72), de João Mello e Maria Eugenia Peres, e São Paulo (69-69-73), com os melhores resultados de Pedro Miyata e Beatriz Menga.

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